terça-feira, 13 de maio de 2008

Dançar

Notei uns sinais de interesse quando estavamos na mala do carro. É verdade. Mal nos conhecíamos e tivemos de partilhar espaço no 'comercial' do Rui. Ele segurava-se para não cair. Não estava à-vontade. Eu seguia cada gesto. Antes da viagem, também tinha havido uma ligação suspeita, por causa de uma frase que ele disse. Foi aquele raciocínio que deu início à história de amor. Antes disso não havia nada. Ele não existia para ela. O que ele disse, afinal, era que não trocava os seus domingos tristes por nada. Precisava deles, para se sentir coerente, menos capitalista, menos fútil, menos palerma, mais estúpido, mais humilde, mais medroso, mais racional. Deduziu ela. Na segunda, era melhor voltar a dançar.

1 comentário:

Anónimo disse...

Um slow:)...? Onde está o seu flyer, Dona Slow? Afinal, dança-se ou não se dança;)?