segunda-feira, 23 de junho de 2014

café

que belas
são as manhãs
as tardes são agitadas
as manhãs não querem
nada com ninguém
deixam cada um
à sua mercê
só,
em cima dos sapatos
enquanto as
ideias pairam
solteiras
não bailam
mas fazem alongamentos
lentos
até ao café
e assim chega a tarde
voilà

nódoas

a toalha ficou cheia de nódoas
o vinho entornou
a telha caiu
e partiu-se
deu lugar a pedaços
o chão da cozinha
estava manchado
bolas espalmadas
o contrário
do dia imaculado
cheio de vento
das exposições de roupa
pendurada em molas
amarelas
nas varandas
lavada de fresco
a cheirar a novo
a limpeza
antes da
corrida
depois de mim