domingo, 26 de abril de 2009

Auto-estrada

Nem reparou no carro. Tinha-o aberto com o sistema automático. Dois quilómetros depois da estação serviço, reparou que não era o seu polo wolswagen. No assento ao lado, estavam maças. Maria tinha trazido bananas, para o caso de um acidente, como acontece tantas vezes na A1, fazer parar o trânsito e a fome entretanto chatear. Como estava na auto-estrada, achou que o melhor era continuar caminho até chegar à próxima estação de serviço e aí falar com alguém. Será que outra pessoa estaria com o seu carro? Ou haveria realmente alguém apeado? E mala desarrumada! Estas coisas acontecem sempre quando estamos com o pior pijama, pensava enquanto agradecia à si própria o facto de ser cautelosa e de ter levado consigo a mala, com chaves e documentação, apesar do objectivo da paragem ter sido apenas uma visitinha rápida à casa de banho. Se tivesse deixado o carro para trás com a chave na mão, ainda se sentiria mais desorientada naquele momento. Bem, resolveu dar uma trinca numa maça. Comeu-a. Quando chegou à outra estação de serviço, estava alguém de porta aberta ao lado de um carro igual ao seu. Sim, era o seu carro, com as bananas bem à vista. Estava contente como se tivesse descoberto a solução para todos os seus problemas e disse: "Trocamos sem querer, não foi?". A resposta: "Pois. Nem queria acreditar. As bananas ali ao lado despertaram-me o cérebro. São automóveis do mesmo ano e modelo". Trocaram as chaves e seguiram viagem.