quinta-feira, 15 de maio de 2008

Dona slow

Um slow tem o poder de nos fazer cair nos braços de alguém. Empurra-nos. É verdade. Na adolescência, nas festas de garagem, as minhas amigas esperavam ansiosamente pela pausa para a cerveja e para... os slows. Eu não era diferente. Falava-se pouco, mas percebiam-se pormenores naturais. Alguns rapazes eram logo eliminados pela selecção natural do slow: se não encaixavam num ou noutro pormenor, além da altura, já explico porquê, interrompia-se a dança. Havia sempre desculpas. Rodava-se de braços em braços até acertar. Era giro de ver. Eu, normalmente, já sabia com quem queria dançar os slows. E entre as surpresas que tive, lembro-me da do Filipe alto. À partida, aquela dupla tinha tudo para não funcionar. Um metro e noventa não é o mais adequado para 1,70. Afinal, 20 centímetros nos separavam da forma de ver Mundo. Mas o Filipe resolvia tudo só para me agradar. No primeiro slow que dançamos, puxou-me para cima e fez-me ficar sem os pés no chão. Foi tão atabalhodo quanto divertido. Dancei, depois, muitos outros a ouvir-lhe a batida do coração, que não era lá muito certa, diga-se. No último slow que dançamos já lhe senti a barriga. Fazia barulhos. Foi no casamento dele.

1 comentário:

Anónimo disse...

;) you 're the best!