sexta-feira, 4 de março de 2011

manhãs

-porque é que eu gosto do quotidiano?
- porque ele é a nossa vida, com as meias quase a romper, a vontade de sair de casa para apanhar ar, a louça por lavar.
- mas é o extraordinário nele que faz sentirmo-nos elevados?
- depende de cada um. Nunca defendi essa ideia de felicidade. Isso são ânimos raros: do amor, da família, das férias. Para mim, a felicidade está numa manhã sem ruídos agudos, apenas sons graves, quase abafados.
- já foste ao otorrino?
- sim, fui. Estava um bocado surda, tinhas razão!
- hehe, vês. Daí o silêncio que dizias ouvir nas manhãs.
- pois é, não é tanto assim. Vou ter de acordar mais cedo.

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