terça-feira, 27 de outubro de 2009

Defeitos

Disse à Carolina que tinha medo das pessoas normais. Ela riu-se e desvalorizou. No sábado seguinte, no Clara Clara, esplanada do jardim da Feira da Ladra, veio ter comigo para me dizer, que sim, que tinha razão. Afinal, dos que conhecemos as falhas podemos esperar menos surpresas, são mais ou menos previsíveis. Atirou-me, no entanto, uma frase curiosa: todos temos defeitos. Fiquei a pensar nos meus traumas conscientes, nas reacções descontroladas e desproporcionais que tenho diante de determinados obstáculos. Do pavor de acordar sem reconhecer onde estou. É mesmo isso, dizia para mim. Passei o resto da tarde a escrever as falhas das pessoas que conhecia e à medida que o fazia, ficava maior o apego por elas. E o exercício relaxou-me. Afinal, os defeitos podem não ser muito importantes. São normais.

Sem comentários: