domingo, 4 de janeiro de 2009

Tão simples

João não resistiu a ouvir a conversa do lado. Falavam alto. A rapariga de cabelos lisos dizia que adorava fazer pão para o namorado. Que tinha sido assim que a sua relação tinha começado. A mais ruiva analisava cada frase como se fosse especialista em comportamento: "Quando se faz alguma coisa por alguém, esse bem é devolvido, e o amor pode ser isso, é pôr a funcionar essa ponte, tirar-lhe as portagens!". A criatura mais baixa, que não conseguia perceber se era rapaz ou rapariga, gozava: "Lá estás tu, sabes tudo!". Ainda lhes disse: "Pareces a minha sobrinha de quatro anos que tem sempre uma última palavra a dizer". "Ok, fiz-lhe pão e ele gostou, mas não foi só isso, damo-nos muito bem na cama". Foi quando passaram para este nível que a conversa se tornou irresistível. "No resto, no dia-a-dia, até acho que somos um pouco disfuncionais. Às vezes, ele não entende o que eu digo e mostra-se desatento, quando explico pela segunda vez. Mas não ligo". Alguém aproveitou um silêncio de três de segundos para perguntar: "Como é? Como é entenderem-se bem na cama?". A resposta foi simples: "Quando se gosta, repete-se".

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