segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Não digas adeus

"Ai, amiga, amiga, estou com uma mama de fora. Será que alguém me viu da janela?". Não era a primeira vez que acontecia. Rosita era assim. Devia ter um ombro curto para as alças do soutien e volta e meia elas deslizavam por ali abaixo. Ria-se muito ao telefone enquanto contava à Carolina. "Ai, não estás a acreditar, está um homem do outro lado a dizer adeus, o que faço? Respondo?". Carolina disse que não. Se ele viu o peito de Rosita, era melhor que ela não lhe desse troco. Podia ser um tarado. Mas na cabeça de Rosita, não havia maldade. "Também se viu", disse, " talvez o tenha animado, há quanto tempo não verá ele um peito empinado?", continuou ela. Carolina queria contar-lhe que a colega mais insuportável do trabalho tinha arranjado um namorado, mas ela interrompia-a. Não a deixava terminar. Rosita lembrou que uma vez estava a sair da casa de banho do café Baliza e que só reparou que estava destapada depois de alguém lhe dizer: "Golo, golo, ah descarada!". Tinham as duas tido um dia de trabalho para esquecer e não conseguiam parar a galhofa. Finalmente, Carolina consegui contar que o namorado da mais rude e atabalhoada colega era adorável, adoravelmente gay. "O quê?". "Isso que acabaste de ouvir". Será que parece e não é? Também o Luís parecia, ainda que pouco, e afinal não era. Carolina foi burra por se ter deixado levar pela desconfiança. Transformou logo em amizade o que tinha potencial para ser uma relação mais envolvente. Verdadeiramente, não lhes interessava muito se o namorado da irritante era ou não gay. Naquele momento só não podiam perder o ritmo da conversa. Rosita ainda disse: "Na próxima quarta-feira, quando nos encontrarmos no Funicular, mostro-lhe uma mama. Dependendo da sua reacção, veremos!".

1 comentário:

Anónimo disse...

A Rosita é um Doce....
Maravilhosa