segunda-feira, 4 de junho de 2007

Taxi driver

Ritinha gostava de andar de taxi. Só na quinta-feira passada percebeu porquê. É um risco, uma viagem na montanha russa. Tanto pode sair dali um senhor simpático que conte uma história de vida bem melhor do que o argumento do filme em exibição no cinema da esquina ou então um potencial serial killer pior do que o de Santa Comba Dão, que enche os noticiários. Ritinha apanhou daquela vez umas costas largas que suportavam um cabelo louro oxigenado. Quando o taxi parou, ouviu então a sua voz: "Eu não travava. É apenas um drogado que deve ter caído para cima do carro". Ritinha não cheirava o hálito dele, mas temia-o só de imaginar. Fez uma careta quando pensou nisso. Ainda lhe disse que se deveria chamar a ambulância. Mas o taxista arruinou-lhe o argumento. "Qual quê, nem como os cães páro. Para quê? Para ter de pagar aos donos!". Viu-se um jovem colado ao passeio. Ritinha ficou com medo. A marcha prosseguiu. Quando saiu do carro não resistiu ir ver como era a cara do senhor. Olhou e viu um cão de dentes afiados com pose de taxista. Que gania.

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