terça-feira, 26 de junho de 2007

Campo e cidade

Descobri pessoas depressivas no campo. Nunca tal me tinha passado pela cabeça. Sempre associei a tristeza e a rude destruição da vontade à cidade, a uma vida sem paragens para o sono, marcada pelos excessos da noite, do namorado ou namorada, do trabalho. Cada vez mais por causa do trabalho - 12 horas por dia com cabeça metida na secretária não faz bem a ninguém-, ou então, por falta dele - desemprego que nem sequer permite um subsídio que pague os cafés. No campo, a perdição é outra. Não se passam acontecimentos vistosos para além das saídas de estranhos da casa da vizinha. Nasceu um gato novo, mas, de resto, sucede-se a ordem regular da natureza. Os que chegam da cidade deliciam-se com a música dos pássaros, dos galos, das árvores em dia de vento, mas Clara sonha com um concerto de rock. Lembrei-me do que a Helena me disse: "Sabes que li que os proprietários de casas de turismo rural são todos, todos, citadinos. Curioso, não é?". Dei por mim a pensar que a prevenção talvez esteja em alternar campo e cidade. Decidi telefonar à Clara e oferecer-lhe o meu bilhete para o Superbock SuperRock. Eu vou para o campo pedalar.

1 comentário:

Laura Ramos disse...

Ai não vais não! Desculpa lá, mas o Super Bock Super Rock deste ano não podes perder. Nem que vás para lá de bicicleta, a pedalar... :-D