quarta-feira, 14 de março de 2007

Cara de pão

Quanto mais ando, mais me apetece andar. É viciante. Encontrar o padeiro de bicicleta montada com cestos pelo caminho é sinal de um bom dia. A sua cara de pão, pálida e robusta, agrada-me. Sinto logo à distância o perfume do pão fresquinho. Esse, sim, seria o meu perfume de eleição. Os outros são de toda a gente. No outro dia, meti-me com ele, falei-lhe, e descobri que ele é bem disposto. Muito animado. Blá, blá, para aqui; blá, blá, para acolá, pois então. Peça rara na cidade, portanto. Atravessei a rua com um pensamento a atravessar-me a garganta. Sinto falta dos homens do pão.

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