segunda-feira, 1 de julho de 2013

madeira

Caiu, bateu com a cabeça na cómoda e morreu. Num segundo, contava. Sem tempo para revisitar o passado, felizmente. Tem Alzheimer e sonha um dia bater com a cabeça num móvel qualquer. Joaquim foi esquisito a vida toda. Gostou de amarelo quando era fatela vestir essa cor. No momento de ir embora, qualquer madeira serviria. Sabes que não vai ser assim, disse. Também não sabes como vai ser, nunca sabes como vai ser a seguir, amanhã, e depois de amanhã, e antes do fim de semana, dizia-me, cheio de vida.

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