sexta-feira, 9 de setembro de 2011

raio do nariz

Ele tinha um defeito. Tinha sido namorado de uma amiga minha. Não era bem namorado. Tinha sido um caso breve. Coisa do passado, mas preferia não ter sabido. Não ter sabido dos pormenores. Maldita hora em que ela me contou. Estava arrumado, é certo. Nem os conseguia imaginar juntos. Ele é largo e ela quadrada, não encaixariam os braços. Ai, essa mania de imaginar tudo e mais alguma coisa! De resto, a sua companhia prometia horas sem seca. Subia sempre as escadas de casa a correr. Percebi o quanto me estava a agradar quando o nariz me denunciou. Mais uma vez, o nariz. Sempre ele. Pode ser Verão ou Inverno, não interessa. De repente, fica gelado. Ai que há aqui qualquer coisa, o que é que eu faço? Não faço nada. Levo lenços de papel na mala.

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