domingo, 13 de fevereiro de 2011

Amores à portuguesa

Os americanos estão treinados para dizer o que pensam. E fazem-no a dois, mesmo quando custa fazê-lo. Quando se conhecem são mais directos. Inventaram o "blind date", mas depois fazem tudo às claras. Daí as dúvidas próprias aos raciocínios verdadeiros. Há muitos amigos amantes em Nova Iorque. Noutro lado estão os franceses. Gostam da paixão a ponto de a procurar em cada esquina. Ouvem a música que a atiça e inspiram-se em cada esplanada por onde passam. Levam o Gainsbourg que têm em si para as ruas e para não defraudarem a fama de serem bons amantes, capricham o mais que podem. Fazem por isso. Os portugueses têm dificuldade em expressar o que sentem, por não saberem o que sentem e, muitas vezes, ficam bloqueados. Como os computadores. Quando desbloqueiam, depois de uma garrafa de vinho, pode dar-lhes para a poesia. Outros são trapalhões. De qualquer modo, não são de ir comprar cigarros pela manhã. Gostam de um bom pequeno-almoço.

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